16/06/21

A minha escola em Malpica

 

Foi assim a minha infância

Onde tudo estava ausente

Falando disto, com tolerância

Eu sinto no meu presente

 

Em Malpica, estavam duas crianças

Numa casa velhinha a morar

Mesmo havendo diferenças

A nós, não nos deviam culpar

 

Umas vezes era eu a acordar

Outra era Isabel Cacheira que fazia

De manhã alguns dias nos ia chamar

Sempre agradeci esse gesto de simpatia

 

Pareciam ser cenas de ficção

Sendo sim, uma cruel realidade

O que digo é com convicção

Por tudo ser a pura verdade

 

Houve factos acontecidos

 De um me lembro em primeiro

A minha avó dizia a conhecidos

Que eu lhe havia furtado dinheiro

 

Com arrogância à escola se deslocou

Levando uma vara a pensar na solução

Me queria bater, mas não me tocou

Foi mais forte, a força da razão,

 

A verdade é sempre transparente

Foi assim, que tudo se alterou

O que imaginava ser atraente

Para a sua querida neta sobrou

 

Quando verificou ser outra a conclusão

E viu quem tinha tirado o dinheiro

Com a sua neta teve muita explosão

Confundida, não sabia o que fazer primeiro

 

Também outro dia ela me acusou

De um frasco de mel ter comido

 E por capricho o meu nome usou

Mais um erro ter sido eu o escolhido

 

Tudo, tudo foi ultrapassado

 E sempre, a minha inocência

Tão claro ficou demonstrado

E sempre com muita clarividência

 

 

O meu irmão foi para Lisboa

E lá a vida começou a enfrentar

Não devia de ser coisa boa

Outro objetivo teve de encontrar 

 

M.Pires

 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário